Acolitato: serviço de amor e adoração

Meus queridos irmãos e irmãs,

    Primeiramente somos chamados ao serviço. Não devemos vestir a túnica se não estivermos dispostos a servir. Essa consciência é fundamental, pois se carecemos dela pouco a pouco nos colocamos como senhores e a partir de então queremos as coisas do nosso jeito, pois nos julgamos o direito de decidir. De fato, temos o direito de decidir, mas a decisão gira em torno da questão: a quem quereis servir ? (Js 24,15a). Eis a escolha e a decisão fundamental: serei acólito e servirei a Deus, ou transformarei o acolitato em algo a meu serviço? Não raro as pessoas fazem de encargos religiosos um status para serem servidos, fazem de atividades religiosas verdadeiro alimento para suas vaidades e prazeres.

    Num outro plano, não menos importante, somos chamados a exercer um serviço de amor, concordo com os dizeres que o acólito está diante da cruz do Senhor no único Sacrifício oferecido. Mas quem estava próximo e em pé diante da Cruz de Jesus no Calvário? Sem dúvida alguma, estavam em pé aqueles e aquelas que reclinaram a cabeça no colo do Mestre, ou seja, aqueles que fizeram uma real e sincera experiência de amor com Nosso Senhor Jesus Cristo. Estar em pé diante do Altar do Sacrifício é estar presente no maior ato de amor oferecido por Deus na história humana. Como sair da Santa Missa e não anunciar este Amor?

    Por fim, somos convidados a realizar um serviço de adoração. Conforme declarou Nosso Senhor, Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5,3). Seremos felizes se chegarmos a reconhecer nossa pobreza e ver que em nós mesmos nada temos de valioso, uma vez que tudo o que há de, verdadeiramente, precioso provém de Deus, sendo a maior riqueza o próprio Deus. O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo (Mt 13,44), penso que a primeira etapa, que é encontrar o tesouro, tenha sido alcançada por auxílio da Igreja de Cristo. Resta-nos a coragem de, com alegria, vender tudo que julgamos valioso a fim de ter o Todo Precioso.

                                                                                                    Abraço fraterno do

                                                                                                  Irmão Thales Maciel